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A agricultura está em constante evolução, não se pode assegurar com certeza o futuro dos combustíveis agrícolas, mas é de extrema importância analisar o quadro que nos encontramos na atualidade, projetar ideias e analisar o quadro que se pinta a nível mundial.

No cenário brasileiro, o diesel é o único combustível utilizado em tratores, colhedoras e outras máquinas autopropelidas. Apesar de ser o mesmo óleo combustível, há um universo de aditivação e misturas. Não encontra-se para a venda comercial no varejo o óleo diesel puro, mas sim uma mistura deste com o biodiesel, na proporção crescente determinada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Atualmente é utilizado o biodiesel em mistura, um produto industrial formado a partir da transesterificação do óleo vegetal proveniente de diversas fontes renováveis que se apresenta como alternativa para a substituição do óleo mineral proveniente do petróleo. A concentração de biodiesel em mistura com o diesel puro é de 12% (B12), mas em cumprimento ao cronograma de sustentabilidade brasileiro, haverá um crescente aumento nesta concentração, de forma que em 2023 se chegará ao B15, onde haverá mistura de 15%. Mesmo que a adoção plena do biodiesel 100% esteja distante de ser uma realidade, a maioria das empresas que produzem máquinas agrícolas autopropelidas é compatível com esta proporção por questões econômicas e logísticas da matriz energética.

O S-500 é o combustível diesel de menor especificação e, quanto ao enxofre, tem concentração máxima em 500ppm. É o óleo diesel mais comum e que serve a grande maioria dos veículos agrícolas e urbanos de tecnologia menos recente. O diesel classificado como S-10, é aquele óleo combustível que apresenta teor máximo de enxofre de 10ppm, e dirige-se principalmente aos motores que pelo sistema de controle de poluição exigem esta especificação. Pela pureza, provoca uma diminuição de material particulado (carbono) e NOx nos gases de descarga, atendendo padrões de qualidade exigidos pelas normas de controle de emissões. Os dois combustíveis são diferenciados comercialmente pelo corante que é colocado, sendo o S10 de cor amarela e o S500 de cor avermelhada, para o cumprimento da regulamentação estabelecida pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

Embora haja divergência entre os fabricantes de máquinas e motores, a maioria recomenda o S10 para aqueles motores de veículos agrícolas com tecnologia de diminuição de emissões e o S500 para os demais veículos fabricados antes da vigência da norma. Veículos que utilizam filtro de partículas e tecnologia SCR (Redução Catalítica Seletiva) devem obrigatoriamente utilizar o S10.

Sabe-se que as grandes marcas de veículos agrícolas no Brasil estão atentas ao momento de introduzir novas fontes de energia para as operações agrícolas, dentre elas a energia elétrica, a tecnologia híbrida diesel-elétrica, combustíveis como as células de hidrogênio, o gás natural, o biogás e o biometano, aproveitando estudos e desenvolvimentos das empresas matrizes e que na maioria das vezes são geradoras de pesquisas e novos produtos. No que se refere à alternativa elétrica, que deslumbra a sociedade por meios de marketing e divulgação, devemos estar atentos às contrapartidas.

Os exemplos mais populares de tratores elétricos são o John Deere Sesam (Suministro de Energía Sostenible para la Maquinaria Agrícola) e o Fendt e100 Vario. O Sesam é um projeto da John Deere, com apoio financeiro de governo alemão e desenvolvimento entre a Universidade de Kaiserlautern e a engenharia da John Deere de Mannheim, baseado na série 6R, oferecendo uma potência de 300kW proporcionada por dois motores elétricos de 150kW cada um e uma transmissão DirectDrive. No qual, um motor é utilizado para acionar a esteira que movimenta o veículo e proporciona a tração e o outro para a tomada de potência, acionamento hidráulico e sistemas auxiliares, alcançando o tempo de carga da bateria de três horas e a vida útil das baterias de aproximadamente três mil ciclos de carga e a autonomia de aproximadamente quatro horas no trabalho de transporte ou de tração de equipamentos.

No tocante à tecnologia híbrida diesel-elétrica, defendida por muitos especialistas, um motor diesel é conectado a um gerador para proporcionar a eletricidade necessária, tanto aos componentes de potência como os sistemas auxiliares. O sistema híbrido oferece vantagens inclusive em relação ao sistema mecânico convencional, por exemplo, ao usar apenas o motor elétrico e as cargas da bateria quando o trator estiver parado, em marcha lenta ou alimentar o condicionador de ar, possibilitando a eliminação de baterias convencionais e o motor de arranque. Com este sistema é possível prescindir da embreagem e os custos de manutenção relacionados, já que é possível colocar o trator em movimento com o motor elétrico, visto que este pode dispor do torque máximo desde o início e depois conectar o motor térmico.

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